O período da história do Brasil que vai de 1889 a 1930
é conhecido como a República Velha. Este período da História do Brasil é
marcado pelo domínio político das elites agrárias mineiras, paulistas e
cariocas. O Brasil firmou-se como um país exportador de café, e a indústria deu
um significativo salto. Na área social, várias revoltas e problemas sociais
aconteceram nos quatro cantos do território brasileiro.

Alegoria da República Brasileira, de Ângelo Agostini (1843-1910), publicada na Revista Ilustrada, em 1889

Alegoria da República Brasileira, de Ângelo Agostini (1843-1910), publicada na Revista Ilustrada, em 1889
A República da Espada (1889 a 1894)
Proclamação da República (Praça
da Aclimação, atual Praça da República, Rio de Janeiro, 15/11/1889) Em 15 de
novembro de 1889, aconteceu a Proclamação da República, liderada pelo Marechal
Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por
militares. Deodoro da Fonseca tornou-se Chefe do Governo Provisório. Em 1891,
renunciou e quem assumiu foi o vice-presidente Floriano Peixoto.
O militar Floriano, em seu
governo, intensificou a repressão aos que ainda davam apoio à monarquia.
A Constituição de 1891 ( Primeira Constituição Republicana)
Após o início da República havia
a necessidade da elaboração de uma nova Constituição, pois a antiga ainda
seguia os ideais da monarquia. A constituição de 1891, garantiu alguns avanços
políticos, embora apresentasse algumas limitações, pois representava os
interesses das elites agrárias do pais. A nova constituição implantou o voto
universal para os cidadãos ( mulheres, analfabetos, militares de baixa patente
ficavam de fora ). A constituição instituiu o presidencialismo e o voto aberto.
República das Oligarquias
O período que vai de 1894 a 1930
foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes
políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e
Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos controlavam as eleições,
mantendo-se no poder de maneira alternada. Contavam com o apoio da elite
agrária do país.
Dominando o poder, estes
presidentes implementaram políticas que beneficiaram o setor agrário do país,
principalmente, os fazendeiros de café do oeste paulista.
Surgiu neste período o
tenentismo, que foi um movimento de caráter político-militar, liderado por
tenentes, que faziam oposição ao governo oligárquico. Defendiam a moralidade
política e mudanças no sistema eleitoral (implantação do voto secreto) e transformações
no ensino público do país. A Coluna Prestes e a Revolta dos 18 do Forte de
Copacabana foram dois exemplos do movimento tenentista.
Política do Café-com-Leite
A maioria dos presidentes desta
época eram políticos de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois estados eram os
mais ricos da nação e, por isso, dominavam o cenário político da república.
Saídos das elites mineiras e paulistas, os presidentes acabavam favorecendo
sempre o setor agrícola, principalmente do café (paulista) e do leite
(mineiro). A política do café-com-leite sofreu duras críticas de empresários
ligados à indústria, que estava em expansão neste período.
Se por um lado a política do
café-com-leite privilegiou e favoreceu o crescimento da agricultura e da
pecuária na região Sudeste, por outro, acabou provocando um abandono das outras
regiões do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam pouca
atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais agravados.
Política dos Governadores
Montada no governo do presidente
paulista Campos Salles, esta política visava manter no poder as oligarquias. Em
suma, era uma troca de favores políticos entre governadores e presidente. O
presidente apoiava os candidatos dos partidos governistas nos estados, enquanto
estes políticos davam suporte a candidatura presidencial e também durante a
época do governo.
O coronelismo
A figura do "coronel"
era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas
regiões do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava
seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era
usado o voto de cabresto, em que o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até
mesmo a violência para que os eleitores de seu "curral eleitoral"
votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores
eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votasse nos
candidatos indicados. O coronel também utilizava outros "recursos"
para conseguir seus objetivos políticos, tais como: compra de votos, votos
fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência.
O Convênio de Taubaté
Essa foi uma fórmula encontrada
pelo governo republicano para beneficiar os cafeicultores em momentos de crise.
Quando o preço do café abaixava muito, o governo federal comprava o excedente
de café e estocava. Esperava-se a alta do preço do café e então os estoques
eram liberados. Esta política mantinha o preço do café, principal produto de
exportação, sempre em alta e garantia os lucros dos fazendeiros de café.
A crise da República Velha e o Golpe de 1930
Em 1930 ocorreriam eleições para
presidência e, de acordo com a política do café-com-leite, era a vez de assumir
um político mineiro do PRM. Porém, o Partido Republicano Paulista do presidente
Washington Luís indicou um político paulista, Julio Prestes, a sucessão,
rompendo com o café-com-leite. Descontente, o PRM junta-se com políticos da
Paraíba e do Rio Grande do Sul (forma-se a Aliança Liberal ) para lançar a
presidência o gaúcho Getúlio Vargas.
Júlio Prestes sai vencedor nas
eleições de abril de 1930, deixando descontes os políticos da Aliança Liberal,
que alegam fraudes eleitorais. Liderados por Getúlio Vargas, políticos da
Aliança Liberal e militares descontentes, provocam a Revolução de 1930. É o fim
da República Velha e início da Era Vargas.
Foi com base nesse contexto
citado acima que se instaurou, no interior dos costumes do regime republicano,
uma crise de reconhecimento vindas, principalmente, das populações
marginalizadas. Foi a partir daí que se observou o aparecimento de várias
revoltas que tomaram conta do país ao longo de toda a República Velha.
• 1893-1894: Revolta da Armada;
• 1893-1895: Revolução
Federalista;
• 1893-1897: Guerra de Canudos;
• 1904: Revolta da Vacina;
• 1910: Revolta da Chibata;
• 1912-1916: Guerra do
Contestado;
• 1914: Sedição de Juazeiro;
• 1917-1919: Greves Operárias;
• 1922: Revolta dos Dezoito do
Forte;
• 1923: Revolução Libertadora;
• 1930: Revolução de 1930.
Os presidentes da República Velha foram:
1889-1891: Marechal Manuel
Deodoro da Fonseca;
1891-1894: Floriano Vieira
Peixoto;
1894-1898: Prudente José de
Morais e Barros;
1898-1902: Manuel Ferraz de
Campos Sales;
1902-1906: Francisco de Paula
Rodrigues Alves;
1906-1909: Afonso Augusto Moreira
Pena (morreu durante o mandato)
1909-1910: Nilo Procópio Peçanha
(vice de Afonso Pena, assumiu em seu lugar);
1910-1914: Marechal Hermes da
Fonseca;
1914-1918: Venceslau Brás Pereira
Gomes;
1918-1919: Francisco de Paula
Rodrigues Alves (eleito, morreu de gripe espanhola, sem ter assumido o cargo);
1919: Delfim Moreira da Costa
Ribeiro (vice de Rodrigues Alves, assumiu em seu lugar);
1919-1922: Epitácio da Silva
Pessoa;
1922-1926: Artur da Silva
Bernardes;
1926-1930: Washington Luís
Pereira de Sousa (deposto pela Revolução de 1930);
1930: Júlio Prestes de
Albuquerque (eleito presidente em 1930, não tomou posse, impedido pela
Revolução de 1930);
1930: Junta Militar Provisória:
General Augusto Tasso Fragoso, General João de Deus Mena Barreto, Almirante
Isaías de Noronha.
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