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Absolutismo Monárquico e seus principais teóricos - Guerra dos Cem Anos

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Resultante do processo de centralização política das monarquias nacionais europeias, absolutismo era um sistema político e administrativo dos países europeus, durante o período conhecido como Antigo Regime (séculos XVI ao XVIII). Suas principais características são: ausência de divisão de poderes, poder concentrado no Estado e política econômica mercantilista. Foi a partir do Renascimento, da efervescência cultural que inaugurou a cultura moderna, que nasceram os argumentos políticos e uma consistente (para a época) ideologia justificadora do Estado Moderno Absolutista. A Igreja continuava a teimar no pensamento medieval de limitação do poder político, que já não se adaptava ao mundo moderno dinâmico que se instalava.
A Igreja continuava a teimar no pensamento medieval de limitação do poder político, que já não se adaptava ao mundo moderno dinâmico que se instalava.
Os intelectuais modernos romperam com concepções, seculares, lançando os fundamentos teóricos do Absolutismo — uns, como Maquiavel, tirando a ética da política, defendendo a razão de Estado ou soberano acima de tudo, enquanto outros, como Thomas Hobbes, justificavam o Estado centralizado como produto de um contrato que não podia ser rompido entre governados e governante.

Principais teóricos:

Nicolau Maquiavel (1469-1527)
Foi um poeta, historiador, diplomata e músico que viveu no período do Renascimento. Sua obra mais conhecida foi O Príncipe, um tratado político de grande relevo, fundamental para a construção da ideia de Estado, tal qual conhecemos hoje. Nela, Maquiavel faz recomendações ao príncipe, indicando as maneiras corretas de conduzir e administrar o governo. A frase “os fins justificam os meios”, comumente atribuída à Maquiavel, se refere à ideia de que todas as ações do governante serão perdoadas, desde que sejam motivadas pela manutenção de sua autoridade.

Jean Bodin (1530-1596)
Foi um jurista e professor de Direito francês. Em sua obra, defendeu a teoria do Direito Divino do Rei, segundo a qual o poder monárquico foi concedido ao rei diretamente por Deus e, por isso, os súditos devem obediência ao monarca. Para ele, o poder deve estar concentrado nas mãos do governante e para que exista um bom governo, o povo deve abrir mão de seu poder soberano e transferi-lo inteiramente ao rei.

Thomas Hobbes (1588-1679)
Foi um matemático, teórico político e filósofo inglês. Em sua obra mais conhecida, O Leviatã, Hobbes defende a teoria do Contrato Social.  Segundo essa teoria, os governos surgem por meio de um contrato, no qual os homens abrem mão de sua liberdade natural para viverem com segurança e tranquilidade. Com esse pacto, os homens abrem mão de sua liberdade, em favor do poder de uma autoridade inquestionável, que impõe a ordem e a paz entre os homens.

Jacques-Benigne Bossuet (1627-1704)
Foi um bispo e teólogo francês, considerado um dos principais teóricos do reinado de Luís XIV, o que se justifica por sua atuação política e religiosa no governo de Luís XIV e por seus livros que exaltam a figura do monarca e o caracterizam como um represente dos desígnios divinos. Assim como Jean Bodin, Bossuet defendeu a teoria do Direito Divino do Rei, ou seja, que o poder do rei é legitimado pelo próprio Deus, por isso os súditos devem obediência ao mesmo.


Hugo Grotius (1583-1645)

Foi um jurista holandês, considerado um dos fundadores do Direito Internacional. Foi também diplomata, poeta, dramaturgo e historiador. É o autor da obra “O Direito da Guerra e Paz”. Desenvolveu a doutrina da guerra justa, já estabelecida por St. Agostinho.


A Guerra dos Cem Anos – Resumo

Motivos

Em meados do século XIV (mais especificamente, no ano de 1337), durante a Idade Média e a crise em que o feudalismo se encontrava, a França e a Inglaterra iniciaram uma série de conflitos armados, que posteriormente ficaram conhecidos como “A Guerra dos Cem Anos”. O trono Francês, carente de um herdeiro direto, desencadeou isso tudo. O rei britânico Eduardo III queria unificar as coroas inglesa e francesa, alegando seu parentesco (era neto, pois a rainha Isabel era sua mãe) com o monarca francês Felipe, O Belo (1285 – 1314). A resposta francesa foi de que a coroa não poderia ser herdada pela linhagem feminina. Algumas questões territoriais também influenciaram o começo desses conflitos: ambos queriam Flandres, uma região economicamente importante que possuía uma aliança comercial com a Inglaterra, o que incomodava os franceses, pois aquele território pertencia à França.
Joana D’Arc em Pintura. | Imagem: Reprodução
Os conflitos da Guerra dos Cem Anos
·         O Primeiro Período (1337 – 1364): Nesse primeiro período, a Inglaterra contava com o apoio dos comerciantes de Flandres, por terem laços comerciais fortes. Com esse apoio, os ingleses venceram as primeiras batalhas e até conseguiram de alguns territórios no Norte da França, mantendo o Canal da Mancha sob seu controle. Até aí, poderia ser apostada uma vitória inglesa, contudo, a Peste Negra – que dizimou cerca de 1/3 da população europeia – pausou os conflitos, que só vieram a ser retomados no ano 1356, quando a Inglaterra conquistou mais regiões e o apoio de alguns nobres franceses. Em 1360, a França se viu obrigada a assinar o tratado de Brétigny, que oficializava o domínio dos ingleses sobre parte da França.
·         Segundo Período (1364 – 1380): Carlos V, após subir ao trono (seu pai, João II, morreu sob as mãos dos ingleses), recusou-se a respeitar o tratado assinado em 1360. A França atacou a Inglaterra, pela primeira vez com mais vantagem, e conseguiu retomar boa parte do seu território que estava em mãos dos ingleses. Enquanto o 1º período teve a Inglaterra como destaque positivo, o 2º teve a França. Os conflitos só esfriaram quando Carlos V faleceu, em 1380, o que desanimou os franceses.
·         Terceiro Período (1380 – 1422): O sucessor de Carlos V subiu ao trono como Carlos VI, O Insano, porém era mentalmente incapacitado, o que desencadeou uma disputa entre os candidatos ao trono francês entre dois partidos (Borguinhões e Armagnacs). A guerra civil e a evidente loucura do rei acabaram permitindo que os ingleses conseguissem vantagem. A Inglaterra conseguiu todo o Norte da França, incluindo Paris, e Henrique V casou-se com Catarina, filha de Carlos VI, conquistando o direito de herdar o trono francês (o filho de Carlos VI foi deserdado do trono, forçado pelos ingleses).  A França acabou dividindo-se: os territórios do Norte ficaram sob o poder do rei inglês, apoiado pelos borguinhões e os poucos territórios do Sul eram governados pelo rei francês Carlos VII, apoiado pelos armagnacs.
·         Quarto Período (1422 – 1453): É só no último período que surge um verdadeiro sentimento nacional entre os franceses , junto com a camponesa visionária chamada de Joana D’Arc. Aos poucos, a Inglaterra foi perdendo o controle sob alguns territórios para os franceses, liderados por Joana. A principal vitória liderada por essa mulher foi a do cerco de Orleans. Após o seu impulso, que mudou todo o caminho da guerra – que agora estava com a França à frente –, Joana D’Arc foi capturada pelos borguinhões e entregue aos ingleses, que a julgaram e queimaram na fogueira, em 1431. Os Franceses continuaram a luta até a sua vitória, recuperando os territórios que estavam sob as mãos dos Ingleses.
A Guerra dos Cem Anos (que na verdade teve a duração de 116 anos, com pausas entre os conflitos) marcou o fim da Idade Média e o anúncio da Época Moderna e teve consequências negativas e positivas. Os milhares de mortos de ambos os lados e a devastação dos territórios e da produção agrícola dos franceses foram as negativas. A França caminhou para o absolutismo, enquanto o feudalismo ia para o seu fim definitivo. Apesar do encerramento desse longo conflito, a rivalidade anglo-francesa ainda perdurou por muito tempo.


Postado por Camila Albuquerque

Em: https://www.estudopratico.com.br/a-guerra-dos-cem-anos-resumo/

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