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Revolução Francesa


Revolta dos Notáveis


Em 1787, o controlador geral das finanças, Callone, convocou a Assembleia dos Notáveis devido aos problemas financeiros do Estado. Tal Assembleia era formada por representantes do clero e da nobreza, denominados notáveis. A principal vantagem dessas duas ordens sociais era o não pagamento de impostos, e Callone deveria convencê-los a renunciar este direito. 
No entanto, a Assembleia não adiantou, pois os notáveis não abdicaram os seus direitos e ainda causaram muitas revoltas. 
Jacques Necker substituiu Callone, e este novo controlador convenceu Luis XVI a convocar a Assembleia dos Estados-Gerais, formada pelos notáveis e pelo terceiro estado (abrangia a pequena, média e alta burguesia). 
O clero e a nobreza eram privilegiados na votação, pois o voto era por estado social, ou seja, cada estado só poderia ter um voto dentro da Assembleia, assim essas duas ordens sociais votavam juntas contra o terceiro estado. 

O terceiro estado propôs votação individual na assembleia, mas os notáveis insistiam em votação por estado, e foram apoiados pelo rei. Tendo sua proposta rejeitada, o terceiro estado provocou uma manifestação, prometendo não cessar enquanto o rei não aceitasse uma Constituição que limitasse seus poderes. 
Então o rei cedeu, ordenando que o clero e a nobreza se juntassem ao terceiro estado, organizando a Assembleia Constituinte. Os produtos alimentícios ficavam cada vez mais escassos, no campo e nas cidades as revoltas começaram a surgir. Espalhavam-se rumores de conspiração aristocrática e da realeza. O rei temia o seu futuro político, então decidiu mobilizar as tropas militares para conter as revoltas burguesas e populares. Em contrapartida, a burguesia organizou milícias populares para encarar as tropas reais. No dia 14 de julho as tropas parisienses tomaram a Bastilha (símbolo da tirania e das arbitrariedades do rei, onde estava localizada a prisão política). 
A Tomada da Bastilha foi o marco inicial da Revolução. E o medo de que a revolução camponesa se alastrasse atingindo as propriedades burguesas, resultou na abolição dos direitos feudais, em 4 de agosto de 1789. 
No dia 26 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional constituiu a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, este documento defendia os seguintes pontos: liberdade, igualdade, inviolabilidade da propriedade, resistência à opressão política e direito à propriedade privada. 
No ano de 1790, os bens do clero foram confiscados pela Assembléia Constituinte. Descontentes, os religiosos e a nobreza se refugiaram da França e organizaram exércitos no exterior para reagir à Revolução Francesa. 

A Monarquia Constitucional

A Carta Constitucional ficou pronta em setembro de 1791, a partir desta data a França tornou-se uma Monarquia Constitucional, sendo dominada pela burguesia. Muitas modificações ocorreram na organização social e administrativa da França. 
A nova Constituição definia que o Poder Executivo caberia ao rei e o Poder Legislativo caberia à Assembleia. 
O rei não aceitou a Constituição, pois não queria perder o poder absoluto, mas seria obrigado a assinar o documento. Então, em julho de 1791, Luís XVI tentou fugir da França para forma um exército fora do país e invadir a França, mas foi preso em Varennes e reconduzido a Paris. 
Em 1792, o exército austro-prussiano avançava rumo a Paris, aumento o medo de uma contrarrevolução conspirada pelo rei e pela aristocracia. O exército estrangeiro invadiu a França, com a ajuda secreta da família real que passava os segredos militares para as tropas invasoras. 
As forças francesas, formada pelos sans-culottes (pequenos negociantes, artesãos e operários), venceram os invasores em Valmy, expulsando-os da França no dia 20 de setembro de 1792. 

A Convenção

No dia 20 de setembro de 1792 a República da França foi proclamada, sendo governada por uma nova Assembleia Nacional: a Convenção.
As forças políticas internas mais importantes desse período foram:
– Partido Girondino – representavam a alta burguesia.
– Partido Jacobino – representavam a pequena burguesia.
Em 1793, o rei Luís XVI foi julgado na Convenção e condenado à morte como traidor. O rei foi executado na guilhotina em 21 de janeiro de 1793. 

O Período do Terror e o Governo Jacobino

Os jacobinos, liderados por Robespierre, assumem o poder em 1792. Adotaram medidas radicais, como a imposição do Edito do Máximo: tabelamento dos preços máximos. Taxavam os ricos, obrigando-os a pagar mais impostos. Surgiram muitas revoltas contra essas medidas, e o governo jacobino implantou o Terror, executando todos os suspeitos de discordarem de suas práticas. 
Em 1794, Robespierre foi deposto da Convenção. O Governo Jacobino foi debilitado. 
Em 1795, os girondinos assumem o poder, e as medidas jacobinas são abolidas. Robespierre e outros jacobinos foram executados na guilhotina.
A Convenção começa a elaborar uma nova Constituição, enquanto no sul e oeste do país surgia uma contrarrevolução realista que pretendia tomar o poder em Paris, mas foi repreendida por Napoleão. Em seguida a Convenção foi dispensada. 

O Diretório

A nova Constituição ficou pronta em 1795. A Constituição estabelecia a continuidade do regime republicano que seria controlado pelo Diretório, formado por 5 membros eleitos pelo Legislativo. E era duvidosa a possibilidade da consolidação da burguesia através desse regime. 
O Diretório perdurou até o ano de 1799, foi um período conturbado marcado pelo desemprego e corrupção e muitas revoltas, tanto das baixas camadas quanto da aristocracia. 

O 18 Brumário 

O general francês Napoleão Bonaparte, apoiado pela burguesia e pelo exército, aplicou o Golpe do 18 Brumário que derrubou o Diretório e o Conselho Legislativo, consolidando o poder da burguesia. 
Napoleão implantou o Consulado pondo fim na Revolução Francesa.



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