Na América, a organização de sociedades mais
complexas, como a dos Maias,
Incas e Astecas, não ocorreu ao mesmo tempo que no Oriente próximo
ou na Europa. Aliás, os processo históricos não são nunca os mesmos em todas as
sociedades.
O próprio continente americano mostra evidências dessa afirmação.
Na América, durante séculos, conviveram (e ainda convivem) inúmeros povos com
realidades históricas bem distintas:
Povos nômades de cultura primitiva, como muitas
tribos norte-americanas, os esquimós (Alasca), os ianomâmis e os xavantes (Brasil), que viviam (alguns
ainda vivem) basicamente da caça e da coleta, os tupis-guaranis (América do
Sul), os pueblos (América do Norte) e os aruaques (América Central),
sedentários e agrícolas; e, finalmente, os povos de culturas mais complexas –
Maias, Incas e Astecas.
·
Surgimento das Primeiras Cidades
Os Astecas
Origens
A influência dos olmecas entre os astecas foi muito
grande, sobretudo porque eles viveram, em tempos diferentes, basicamente na
mesma região. Após a hegemonia olmeca, a região sofreu várias invasões de povos
vindos da América do Norte.
Os primeiros povoadores procedentes do norte, da
região de Nahua (família linguística do nahuatl), construíram, entre 500 e 600
d.c, baseados nas tradições olmecas, uma grande cidade, Teotihuacán, com
gigantescas pirâmides homenageando o Sol, a Lua e seu deus maior, Quetzacoatl.
Nesse centro urbano desenvolveu-se uma sociedade sobre a qual,
infelizmente, temos poucas informações.
Os toltecas, uma das tribos nahuas do norte,
chegaram à América Central entre 850 e 900 d.c., e talvez tenham se submetido
aos sacerdotes de Teotihuacán, pois deram continuidade à construção e
manutenção dessa grande cidade. Em razão do gigantismo de suas construções, muitos
povos consideravam que ela havia sido construída por gigantes, antes da chegada
dos homens à região. Eles organizaram um forte Estado e uma rica
civilização, que, após disputas internas, guerras externas e invasões, chegou
ao fim em 1194 d.c.
O povo mexica, mais conhecido como asteca, é
originário da região de Aztlán (daí a palavra asteca), no sul da América do
Norte. Ele se estabeleceu no planalto mexicano (especificamente nas ilhas do
lago Texcoco), junto com outros povos, após uma longa marcha, em 1168 d.c. No
ano de 1325 eles começaram a construção de sua cidade, Tenochtitlán, que no
século XV seria uma das maiores cidades do mundo.
Organização Política – A
formação do Império Asteca
A formação do Império asteca baseou-se na aliança
de três grandes cidades, texcoco, Tlacopán e a capital, Tenochtitlán,
estendendo seu poder por toda a região. As relações políticas que se estabeleceram
entre elas e as regiões que controlavam ainda não são muito claras. Contudo,
pode-se afirmar que não era uma estrutura rigorosamente centralizada,
como ocorreria entre os incas.
Na confederação Asteca conviviam inúmeras
comunidades com idiomas, costumes e culturas diferentes (zapotecas,
mixtecas, totonacas, etc.) A unidade entre elas dava-se em torno de aspectos
religiosos e, principalmente, através da centralização militar dos astecas e da
arrecadação dos impostos em Tenochtitlán. As diversas províncias da região que,
além dos tributos, elas deveriam fornecer contingentes militares e submeter-se
aos tribunais da capital.
O Império asteca atingiu seu apogeu entre 1440 e
1520, quando foi inteiramente destruído pelos colonizadores espanhóis liderados
por Cortés. Após diversas incursões colonizadoras em agosto de 1521 o Império
Asteca foi inteiramente conquistado. Diversas razões levaram à derrota asteca a
primeira é propriamente militar: a guerra, para os astecas, tinha como objetivo
a dominação político-militar, para os espanhóis a guerra era de conquista
e extermínio. Além disso as estratégias militares e, principalmente, o
armamento bélico dos colonizadores eram bem mais avançados. Outro motivo
importante foi a proliferação de várias doenças e epidemias entre os astecas (a
mais forte foi a varíola). Um fato adicional que contribuiu muito para a
derrota asteca foi a aliança estabelecida entre alguns povos da região
(tlaxcaltecas, totonecas, etc.) e os espanhóis. A intenção imediata desses
povos era derrotar a hegemonia dos astecas na região, e os espanhóis eram
fortes aliados para alcançar esse objetivo. Todavia, eles não puderam prever o
que lhes aconteceria após a derrota asteca, com a consolidação da colonização
europeia.
Economia asteca
A sustentação da economia do Império estava
baseada justamente no pagamento dos tributos em mercadorias. A
não-destruição das cidades submetidas e a manutenção relativa do poder local
incluíam-se nessa lógica de arrecadação dos tributos, que variavam muito.
Estima-se que, no final do Império, Tenochtitlán recebia toneladas de
milho, feijão, cacau, pimenta seca; centenas de litros de mel, milhares de
fardos de algodão, manufaturados têxteis, cerâmicas, armas, além de animais,
aves, perfumes, papel, etc.
A produção agrícola estava baseada essencialmente
nos cereais, sobretudo no milho que, na verdade, foi a base da alimentação das
civilizações pré-colombianas. É bem provável que essas sociedades não
teriam se desenvolvido sem o milho, pois ele as sustentava e possibilitava o
crescimento de suas populações.
A posse das terras tinha uma característica muito
interessante: o Estado asteca era proprietário de todas as terras e as
distribuía aos templos, cidades e bairros (calpulli). Já nas cidades e bairros,
a exploração da terra tinha um caráter coletivo, todo adulto tinha direito de
cultivar um pedaço de terra para sobreviver e o dever de trabalha-la. Na fase
final do Império, essa relação foi se modificando, pois sacerdotes,
comerciantes e chefes militares se desobrigaram de trabalhar na terra, criando
uma forma de diferenciação social.
Sociedade asteca
Pode ser uma sociedade fundada em aspectos
religiosos e na guerra, aqueles que detinham mais poder eram os sacerdotes,
seguidos dos chefes militares e dos altos funcionários do Império. Os altos
funcionários militares e do Estado recebiam a denominação tecuhtli
(dignitário), eram escolhidos pelo soberano e tinham uma série de privilégios
(não pagavam impostos e viviam em grandes residências).
Logo abaixo estavam os calpullec, espécies de
administradores dos bairros (calpulli). Inicialmente eles eram escolhidos pelos
habitantes dos bairros, mas com o tempo passaram a ser indicados pelos
soberano.
O comércio externo era realizado por poderosas
corporações de comerciantes, os pochtecas. O comércio de luxo entre as cidades
era monopolizado por eles. Em razão do rápido enriquecimento desse setor da
sociedade, ele foi ganhando gradativamente poder e distinção.
A maioria dos artesãos trabalhava vinculada a algum
senhor (tecuhtli), e muitos mantinham oficinas em palácios e templos. O imposto
era pago em artigos de sua especialidade e não eram obrigados ao trabalho
coletivo.
A maior parte da população estava entre os
macehualli, que eram homens livres com direito a cultivar um pedaço de terra
para sua sobrevivência,embora devessem obrigações como pagamento de impostos em
mercadorias (a maior fonte de arrecadação), prestar o serviço militar e o
trabalho coletivo (construir, conservar e limpar estradas, pontes e templos).
Os tlatlacotin formavam os estrato social mais
baixo, composto geralmente por prisioneiros de guerra, condenados, desterrados.
Em troca de casa, comida e trabalho, eles se vinculavam a um amo. Isso não
significava que eram escravos, pois podiam torna-se livres e possuir bens.
Religião e cultura dos Astecas
Os astecas eram considerados o povo mais religioso
da região. Sua religião era essencialmente astral, isto é, baseada nos
astros, e foram absorvendo deuses e ritos das mais importante era
Uitzlopochtli, que representava o sol do meio-dia.
Os mitos e ritos astecas eram muito ricos e
variados, e relacionavam-se com a natureza. Os cultos mais importantes sempre
envolviam o Sol. Eram muito comuns rituais com sacrifícios humanos; a guerra,
portanto, era uma grande fornecedora de prisioneiros para os sacrifícios.
Geralmente toda a energia da comunidade estava canalizada para as atividades
ritualísticas, realizadas com uma série encenações e procedimentos minunciosos.
As atividades artísticas dos astecas foram muito
influenciadas pelas tradições olmecas e toltecas. A escultura em jade e as
grandes construções são exemplos claros dessas influências. A arquitetura
estava ligada à vida religiosa, a forma mais frequentemente utilizada era a
pirâmide com escadarias, culminando em um santuário no topo.
Os afrescos coloridos e as pinturas murais também
tinham destaque entre as artes astecas. O escriba ostentava o título de
pintor, pois os hieróglifos eram acompanhados por uma série de quadros
cuidadosamente desenhados.
A música e a poesia estavam intimamente ligadas.
Quase sempre acompanhadas por instrumentos, danças e encenações, as
músicas tinham caráter religioso.
Infelizmente, a violência da colonização espanhola
acabou destruindo grande parte dessa rica produção.
Os Maias
Origens
Antes que os maias se radicassem em alguma regiões
da América Central, existiam aí povos originários, como os otomies e otoncas.
Vindos da América do Norte, após décadas vagando pela América
Central, os maias estabeleceram-se no Yucatán e áreas próximas, por volta de
900 a . C. A produção do milho e a influência dos olmecas foram mito
importante para o seu desenvolvimento
A área ocupada pelos maias pode ser dividida em
duas regiões. A das terras altas (área abrangida hoje por El Salvador e
Guatemala) estava voltada para o Pacífico e, apesar de possuir boas
condições naturais, não teve muita importância para a construção da civilização
maia.
É comum dividir-se o processo de construção
da civilização maia em uma primeira fase (317-987) e uma segunda fase
(987-1697). A primeira fase teria se iniciado em 317 d.C. Essa data, na
realidade, tem como referência o mais antigo objeto maia encontrado até hoje.
Sabe-se que essa civilização já existia antes de 317, mas não se dispõe ainda
de informações precisas a respeito desse período.
Sociedade maia
A sociedade começou a desenvolver-se, com destaque
para três cidades: Chichen-Itzá, Mayapan e Uxmal. Em 1004 foi criado a
Confederação Maia, que reuniu essas três grandes cidades. Dezenas de cidades e
povoados são criados ao longo dos duzentos anos seguintes, expandindo seu poder
político na região. Após o período de união (entre os séculos X e XI), as
cidades da Confederação entram em confronto, sendo Mayapan a vitoriosa. A
hegemonia política dessa cidade foi sustentada por uma forte base
guerreira. Inúmeras revoltas explodem na região, e em 1441 Mayapan é
incendiada; As grandes cidades são abandonadas por causa das guerras.
As lutas internas, as catástrofes naturais
(terremotos, epidemias, etc.), as guerras externas e principalmente, o declínio
da agricultura levaram a sociedade maia à decadência. Auando os europeus
chegaram à região (1559), os sinais de enfraquecimento dos maias eram
evidentes, tornando a conquista mais fácil. Em 1697, a última cidade maia
(Tayasal) é conquistada e destruída pelos colonizadores.
Cada cidade tinha um chefe supremo (halach uinc), e
o cargo era hereditário.
Os camponeses e artesãos compunham a maioria da
população (mazehualob) eram obrigados a pagar os tributos, a trabalhar nas
grandes obras e moravam nos bairros mais distantes dos centros. Os escravos,
geralmente por conquista serviam a um senhor, mas não trabalhavam na produção
Religião dos Maias
A sociedade maia tinha um caráter fortemente
religioso; a religião dava legitimidade ao poder, que era exercido basicamente
por algumas famílias.
O Ahaucan (senhor da serpente) é o supremo
sacerdote. Ele indica os outros sacerdotes, rege as cerimônias, recebe tributos
e decide sobre as coisas do estado. Existiam também sacerdotes com funções
específicas, como os adivinhos, os encarregados dos sacrifícios humanos, os
escribas, etc.
A organização do Estado
Os maias não chegaram a organizar um forte e
poderoso Estado centralizado.
Na realidade, as cidades maias importantes
controlavam as aldeias e terras próximas. Não havia nenhum poder ou instituição
que as unificasse. Elas tinham autonomia econômica e política, e geralmente
eram governadas por famílias.
Houve períodos em que a unidade foi
estabelecida entre algumas cidades, como durante a Confederação Maia. No
entanto, a regra era a independência e a luta entre cidades por novas
terras, tributos, matérias primas, etc.
Economia maia
A economia dos maias baseava-se na agricultura. A
tecnologia empregada nas atividades agrícolas era bastante primitiva. Contudo,
eles conseguiam uma extraordinária produtividade, principalmente do milho. É
justamente em virtude dessa produção do milho, gerando excedentes, que um
grande contingente de mão-de-obra podia ser liberado das atividades agrícolas
para a construção de templos, pirâmides, reservatórios de água, etc.
As terras pouco férteis da região obrigavam os
maias a realizar um rodízio, que geralmente mantinha a terra boa durante oito a
dez anos. Após esse período era necessário procurar novas terras, cada vez mais
distantes das aldeias e cidades. O esgotamento das terras, as distâncias cada
vez maiores entre elas e as cidades e o aumento da população impuseram à
civilização maia uma dura realidade. A fome, um dos fatores que a levaram à
decadência.
Cultura maia
Os conhecimentos de astronomia dos maias eram
realmente avançados, e seus observatórios, bem-equipados. Eles podiam prever
eclipses e elaboraram um calendário de 365 dias. Para o desenvolvimento da
astronomia, a matemática era um elemento fundamental, daí terem acumulado
conhecimento nessa área.
A atividade médica e a farmacêutica também eram
bastante desenvolvidas, o que foi reconhecido até pelos colonizadores.
As peças teatrais, os poemas, as crônicas, as
canções, tinham uma função literário-religiosa bem evidente.
Mas a arquitetura e a engenharia representam as
áreas do conhecimento mais desenvolvidas pelos maias. Seus grandes centros religiosos,
as pirâmides, as cidades com edifícios de vários andares, os canais de
irrigação e os reservatórios de água maravilham os conquistadores europeus.
Os Incas
Origens
O povo incaico é originário de uma região entre o
lago Titicaca e a cidade de Cuzco, no Peru. A partir daí os incas expandiram-se
por uma área que abrangia desde o sul da Colômbia, passando pelo Equador, Peru,
Bolívia e norte da Argentina, até o sul do Chile. Esse Império chegou a reunir
cerca de 15 milhões de pessoas, de povos com línguas, costumes e culturas
diferentes.
Antes da construção do Império incaico viviam nessa
região povos com culturas e formações sociais avançadas, que se costuma
denominar pré-incaicos. Eles estavam distribuídos por toda a costa leste do
continente sul-americano, nas serras e no altiplano andino; os chavin viviam
nas serras peruanas; os manabi, no litoral do equador; os chimu, no norte do
Peru; e havia ainda os chinchas, mochicas, nazca, e outros.
Talvez grande demonstração do desenvolvimento
desses povos pré-incaicos seja Tiahuanaco. Tratava –se de um grande centro
cerimonial (hoje suas ruínas estão a cerca de 100 Km de La Paz, capital da
Bolívia) que recebia periodicamente milhares de pessoas por Ano. Estima-se que
essa civilização que parece ter sido influenciada pelos chavin, estabeleceu-se
na região por volta do século X d. C.
A organização política dos
Incas
O Império Inca absorveu as diversas culturas das
civilizações preexistentes, colocando-as a serviço da expansão e
manutenção do Império. A vitória sobre os chancas, em 1438 d. C., liderada pelo
inca Yupanqui, marcou o início da formação do Império. Ele ocupou quase todo o
Peru, chegando até a fronteira do Equador. Seus sucessores expandiram o Império
para o altiplano boliviano, norte da Argentina, Chile (Tope Inca) e equador,
até o sul da Colômbia (Huayana capac, 1493-1528).
A expansão foi interrompida em razão da disputa
entre dois irmãos, filhos de Huayana: Huascar, que centralizou seu Império em
Cuzco, e Atahualpa, sediado em Quito. A rivalidade entre os irmãos levou oi
Império a uma verdadeira guerra civil, enfraquecendo-º A vitória de Atahualpa
não lhe trouxe vantagens, pois, junto dela, chegaram os colonizadores,
liderados por Pizarro, que destruíram todo o Império Inca.
Para controlar seu Império o Estado inca mantinha
um constante censo populacional, um instrumento fundamental para o censo era o
quipo, uma espécie de elaborada calculadora manual feita de cordões coloridos e
nós. Quem realizava o levantamento e a leitura eram os funcionários chamados de
quipucamayucus.
Esse imenso Império inca, controlado de perto pelo
Estado, precisou de uma infra-estrutura que permitisse a circulação de
funcionários, mensageiros, impostos, populações, exércitos, etc. Para que isso
ocorresse, foi construída uma incrível rede de pontes e caminhos lajeados. Ao
longo desses caminhos havia os tambos, pequenas construções que continham
alimentos e água, servindo de alojamento para os viajantes.
Sociedade inca
O Estado inca era imperial, capaz de controlar
rigidamente tudo o que ocorria em sua vasta extensão territorial. O chefe desse
Estado era o Inca, um imperador com poderes sagrados hereditários, reverenciado
por todos.
Ao lado do inca havia uma rede de sacerdotes,
escolhidos por ele entre a nobreza.
Para manter o Império íntegro, criou-se uma
complexa burocracia administrativa e militar. Os cargos administrativos eram
distribuídos entre membros da nobreza e acabaram adquirindo hereditariedade. O
caráter guerreiro do Império privilegiava a formação e educação militar. Como
os burocratas, essa camada privilegiada era mantida graças aos tributos
arrecadados pelo Estado.
Os camponeses, chamados de llactaruna, em troca do
direito de trabalho nos ayllus, eram obrigados a cultivar as terras do
Inca e dos curacas e a pagar os impostos em mercadorias. Além disso, o estado
os obrigava a trabalhar nas obras públicas, como as pirâmides, caminhos,
pontes, canais de irrigação e terraços.
Havia também os artesãos especializados,
considerados artistas (pintores, escultores, ceramistas, tapeceiros, ourives,
etc.), e os curandeiros e feiticeiros (cirurgiões, farmacêuticos, conhecedores
de plantas medicinais, etc.).
Os yanaconas, originários da sublevação da cidade
de Yanacu, eram escravos. Às vezes algum povo conquistado também se tornava
escravo. Eles não trabalhavam na produção, e suas funções eram
eminentemente domésticas.
Economia inca
A base da economia inca estava nos ayllu, espécie
de comunidade agrária. Todas as terras do Império pertenciam ao Inca, logo, ao
Estado. Através da vasta rede de funcionários, essas terras eram doadas aos
camponeses para a sua sobrevivência. Os membros de cada ayllu deveriam, em
troca, trabalhar nas terras do Estado e dos funcionários, nas obras públicas e
pagar impostos.
A base da produção agrícola era o milho, seguido
pela batata, tomate, abóbora, amendoim, etc. Nas áreas mais altas e com
dificuldades de obtenção de água, o milho tinha de ser plantado nos terraços
feitos nas encostas das serras com canais de irrigação.
A domesticação de lhamas, vicunhas e alpacas foi
importante para o fornecimento de lã, couro e transporte. Os cachorros-do-mato
e porcos tinham importância secundária.
O comércio era muito precário e restringia-se
basicamente aos bens de luxo destinados à corte.
Religião dos Incas
Havia uma rede de sacerdotes, escolhidos entre a
nobreza. Suas funções variavam desde a manutenção dos templos, realização de
sacrifícios, adivinhações, curas milagrosas, até feitiçarias e oráculos. A
grande maioria dos cultos e cerimônias religiosas dos incas era em homenagem ao
Sol. Os sacerdotes também tinham a função de ensinar e divulgar, junto com
historiadores oficiais, os mitos, lendas e histórias sobre o inca. É
interessante notar que existia uma religião para a nobreza e outra divulgada
entre a população mais pobre.
Cultura inca
Lembrando o que já foi dito, o Estado inca
utilizou-se das inúmeras conquistas das civilizações pré-incaicas para
controlar e manter seu Império.
Eles faziam um uso abancado da matemática,
conheciam inclusive o zero; conheciam muito bem a astronomia, pois o Sol
representava o deus mais importante, podendo prever eclipses e fazer calendários;
usavam pesos e medidas padronizados.
Os trabalhos dos incas na manufatura do ouro, da
prata e do cobre maravilharam os espanhóis. Além disso, produziam cerâmica,
tecidos coloridos, esculturas e pinturas
Talvez as maiores produções incaicas estejam
relacionadas com a arquitetura e a engenharia. Por meio delas foi possível
construir pirâmides, palácios, pontes e caminhos; cidades como Cuzco e Machu
Pichu, que reuniam milhares de pessoas e mantinham uma rica ordem urbanística.
E os famosos terraços irrigados nas serras e montanhas para a produção
agrícola.
Bibliografia
- História Integrada Geral e Brasil – Caminho das civilizações. Autor: José Geraldo Vinci de Moraes. Editora:. Atual – SP: 1998
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