
A Era
Napoleônica ocorre entre 1799 e 1815 com o golpe de Estado que ficou conhecido
como o 18 de Brumário e terminou com após o Governo dos Cem Dias com a derrota de Napoleão
Bonaparte (1769 - 1821).
Napoleão
chegou ao poder e consagrou-se como militar em um governo que satisfazia os
anseios da burguesia após a Revolução Francesa, consolidavam o novo regime e disseminou
as instituições criadas pela revolução. Esse é o período de consolidação da
revolução burguesa.
Fatores que Contribuíram para Napoleão
·
A burguesia estava amadurecida o suficiente como
classe social em termos de consciência e força.
·
A contradição entre os entraves econômicos e a
livre expansão do capitalismo havia chegado a uma situação insustentável
·
O rei e a aristocracia estavam desacreditados e
foram desenvolvidos novos valores que questionavam o poder divino
·
A burguesia francesa necessitava de uma liderança
forte que fortalecesse o exército contra a ameaça das nações europeias.
Antecedentes
A
primeira Constituição Francesa, promulgada em setembro de 1791,
embora tenha avançado na defesa dos direitos do povo, beneficiava
primordialmente a alta burguesia. Em contrapartida, a própria burguesia passava
por disputas internas, representada pelos feillants (burguesia financeira) e
girondinos (burguesia comercial). Ambos discordavam em relação à forma de
governo. Os fellants defendiam a manutenção da monarquia constitucional e os
girondinos à república.
A Assembleia
Legislativa contava, ainda, com os jacobinos (pequena burguesia) e um número
pequeno de representantes os cordeliers (do povo). Ambos eram a favor da
derrubada do rei e instauração, em definitivo, da república.
Pressionado
pela nova ordem, o rei Luís XVI presta juramento à nova carta, mas a situação
desagrada os líderes europeus que temem a difusão dos ideais revolucionários
franceses por todo continente.
A pressão
faz com que as lideranças organizem o movimento que ficou conhecido como a
Comuna Insurrecional de Paris, que culminou com a participação do povo na
batalha de Wamy, em 1792.
O rei é
deposto e em 29 de setembro de 1793 é Proclamada a República na França. No dia 21 de janeiro de 1793, o
rei Luís XVI é deposto e a França passa a ser atacada pelas nações europeias
ainda temerosas do ideal revolucionário.
Nessa onda
de "medo" é formada em 1793 a Primeira Coligação, integrada por
Áustria, Prússia, Holanda, Espanha e Inglaterra contra a França.
Em meio à
guerra, os jacobinos prendem os líderes girondinos, promulgam a nova
Constituição de 1793 e iniciam o período conhecido como Terror, com a suspensão
dos direitos individuais e execuções sumárias.
A situação
na França ainda assusta os líderes europeus, que decidem formar a em 1798 a
Segunda Coligação antifrancesa, formada pela Grã-Bretanha, Áustria e Rússia. É
neste contexto que Napoleão Bonaparte é visto como solução para o
fortalecimento do exército e proteção do país.
Golpe do 18 de Brumário
O golpe do 18 de Brumário de 1799 foi
planejado pelo abade Sieyès e por Napoleão Bonaparte. Napoleão depôs o
Diretório usando uma coluna de granadeiros e implantou o regime do Consulado.
Assim, três cônsules concentraram o poder, ele, Sieyès e Ducos.
O trio
coordenou a elaboração de uma nova Constituições, promulgada um mês depois e
que estabelecia Napoleão como primeiro-cônsul pelo prazo de dez anos. A carta
ainda lhe concedia poderes de ditador.
A ditadura
foi usada como defesa da ameaça externa e os bancos franceses abriram uma série
de empréstimos para apoiar a guerras e a manutenção das conquistas da Revolução
Francesa.
Guerras Napoleônicas
A primeira
guerra napoleônica ocorreu contra a Segunda Coligação, formada em 1798 pela
Grã-Bretanha, Áustria, Rússia, Portugal, Império Otomano e Reino de Nápoles.
Por embaraços diplomáticos, a Rússia saiu da coligação. Em 1800, a França
derrota a Áustria na batalha de Marengo e em 1802, a Grã-Bretanha e a França
assinam a Paz de Amiens.
A guerra,
contudo, levou a França à crise financeira, o que foi amenizado com a criação
do Banco da França. O banco exercia o controle da emissão de papel-moeda, o que
contribuiu para a redução do processo inflacionário. É criada a Sociedade
Nacional de Fomento à Indústria, que contribui para o impulso ao
desenvolvimento econômico.
Napoleão
retoma o diálogo com a Igreja Católica, rompido durante a revolução e assina a
Concordata de 1801. Entre as características do acordo está a nomeação dos
bispos por Napoleão e a transformação do clero em assalariado do governo
consular.
Veja também
o artigo: Guerras Napoleônicas.
Código Civil Napoleônico
Em 1804 é
instituído o Código Civil Napoleônico, que institucionaliza as transformações
da Revolução Francesa. Com o novo código, Napoleão garante o apoio da
burguesia, do exército e dos camponeses.
·
Termos do Código Civil
·
Igualdade perante a lei
·
Garantia do direito de propriedade
·
Veto às guerras operárias
·
Proíbe a organização sindical
·
Ratifica a reforma agrária ocorrida na Revolução
Francesa
Império de Napoleão
Com apoio de
todas as esferas da sociedade francesa, Napoleão promulga em 1804 a
Constituição do ano XII e consegue aprovação em plebiscito pela maioria da
população francesa a substituição do regime consular pelo Império.
Em 1804,
Napoleão recebe o título de Napoleão I, Imperador dos Franceses, coroado pelo
pala Pio VII, na Catedral de Notre-Dame.
Coligações Antifrancesas
A coroação
ocorreu em meio à guerra da França contra a Terceira Coligação Antifrancesa,
formada em 1803 pela Grã-Bretanha, Rússia e Áustria. A França, tendo a Espanha
como aliada, derrotou as tropas da Áustria e da Rússia nas batalhas de Ulm e
Austerlitz. Na batalha de Trafalgar, pelo mar, contudo, as tropas francesas e
espanholas foram dizimadas.
Em 1806, o
imperador Napoleão dizimava o Sacro Império Romano-Germânico e cria a
Confederação do Reno, que reunia a maioria dos estados alemães e se
auto-proclamou protetor. É o motivo para a criação da Quarta Coligação, formada
pela Grã-Bretanha, Rússia e Prússia.
Dessa vez, o
exército da Prússia foi derrotado rapidamente na batalha de Iena e os russos em
1807nas batalhas de Eylau e Friedland. Por conta dessas últimas batalhas, foi
assinado o tratado de Tilsit, no qual os russos tornavam-se aliados dos
franceses.
Com a
derrota da Quarta Coligação, Napoleão Bonaparte tona-se o grande senhor da
Europa Continental. Os territórios que não dominava diretamente estavam entregues
a seus familiares. Seus irmãos José, Luís e Jerônimo foram coroados reis de
Nápoles, Holanda e Vestfália. Entre as marcas estava a transformação da onde
nos países para seguir o Código Napoleônico, ignorando o nacionalismo dos
territórios conquistados.
Bloqueio Continental
As vitórias
bélicas de Napoleão não atingiam a Inglaterra, que tinha excelente desempenho
no mar e já havia derrotado a França. Os ingleses preocupavam-se com a
concorrência comercial com a França e com possiblidade de expansão do levante
das camadas populares contra a burguesia.
A França,
por sua vez, precisava consolidar os mercados consumidores na Europa sob o
domínio inglês. Como maneira de enfraquecer a Grã-Bretanha, Napoleão impõe o
Bloqueio Continental, proibindo os países europeus de comprarem produtos
britânicos.
As esquadras
britânicas, contudo, conseguiram comercializar produtos com o continente
americano e impediam negócios desses com a França. Já os países europeus
pressionavam pela conseguir exportar seus produtos primários e obter os
manufaturados produzidos na Inglaterra.
A situação
culminou com o rompimento de acordos comerciais e em 1809 forma-se a Quinta
Coligação, integrada pela Grã-Bretanha e Áustria. Os russos também romperam o
acordo com a França e foram invadidos, mas o exército francês sucumbiu ao
inverno. Dos 450 mil homens que marcharam em direção à Rússia, 150 mi
permaneceram na base de apoio na Polônia, mas somente 30 mil daqueles que
invadiram o país sobreviveram.
Com o
fracasso da campanha napoleônica na Rússia, formou-se a Sexta Coligação em
1813. Uniram-se contra a França: Prússia, Áustria e Grã-Bretanha. Em março
daquela ano, Napoleão Bonaparte é derrotado na batalha de Leipzig e um ano
depois, os exércitos dos aliados da Sexta Coligação tomam Paris.
Saiba mais
sobre o bloqueio continental.
Terror Branco
Napoleão
permanece na Ilha de Elba e o rei Luís XVIII reconduz a dinastia Bourbon ao
trono. É o início do Terror Branco, com a restauração da monarquia, retorno da
aristocracia e do alto clero. Dos camponeses foi exigida a devolução das terras
confiscadas na revolução, havendo revoltas, massacres e perseguições.
Governo dos
Cem Dias
Com apoio
dos mil homens que integravam a sua guarda pessoal, Napoleão Bonaparte avança
em direção a Paris após o batalhão enviado por Luís XVIII recusar-se em
aprisioná-lo.
Com apoio
dos soldados, Napoleão toma Paris e inicia o chamado Governo dos Cem Dias. Já
Luís XVIII foge para a Bélgica.
Batalha de Waterloo
É formada,
então, a Sétima Coligação e Napoleão Bonaparte abdica do trono da França após a
Batalha de Waterloo, na Bélgica. Napoleão foi exilado na ilha de Santa Helena,
na costa da África e morreu em 1821.
Congresso de Viena
Com a
Batalha de Waterloo, chega ao fim a Era Napoleônica e começa a tentativa de
restauração do Antigo Regime por meio do Congresso de Viena (1814 - 1815). O
congresso instituía uma política de compensações territoriais e a equivalência
de forças entre as nações europeias.
Referencia:
https://www.todamateria.com.br/era-napoleonica/ em 24/04/2018
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